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Os trabalhos de recuperação e reconversão do emblemático Edifício da Companhia Leiriense de Moagem têm sido integralmente acompanhados e estudados por uma equipa de arqueologia, devidamente credenciada pelas instituições que gerem o património arquitectónico e arqueológico português.

A salvaguarda da memória histórica do Edifício da Companhia Leiriense de Moagem, antigo convento de S. Francisco, tem vindo a ser realizada em estreita colaboração com a Direcção Regional de Cultura do Centro e com a Direcção Geral do Património Cultural, entidades que tutelam o património arquitectónico e arqueológico português. Para além deste acompanhamento institucional os trabalhos realizados contam ainda regularmente com o apoio e o saber da equipa de arqueologia da Câmara Municipal de Leiria.

A história do edifício do Convento de S. Francisco é longa e complexa, tendo passado por variadas adaptações e diferentes funções.

  A data da sua fundação remonta ao século XIII, algures entre os anos de 1229 e 1234. A localização primitiva do convento encontra-se ainda indefinida. Alguns autores defendem que em 1253 a comunidade monástica já estaria implantada na atual localização, porém outros investigadores acreditam que terá sido apenas durante o reinado de D. João I (1385-1433) que o convento aqui se terá fixado. Esperamos que o avançar dos trabalhos arqueológicos possam contribuir para o esclarecimento destas dúvidas.

A localização do edifício junto do rio Lis e as frequentes inundações a que esteve sujeito levaram a que fosse objecto de variadas intervenções. Assim, no século XVIII, o edifício e a Igreja do Convento sofreram obras e é também nesta altura que se realizam trabalhos tendentes ao desvio do leito do rio e à construção do Marachão, alterando a configuração das margens e da várzea.

Requalificação do Edifício da Companhia Leiriense de Moagem S. A., Leiria

* Empreitada Geral de Remodelação e Construção*

Projecto de Intervenção Arqueológica - CFML

  O terramoto de 1755 terá provocado danos no edifício e chegam-nos notícias de obras de recuperação na fachada da Igreja e nas alas Norte e Oeste do claustro. As restantes alas terão sido destruídas em 1770.

Com a extinção das Ordens  Religiosas no século XIX, o Convento e Igreja passaram a ser administrados pelo Estado que os cede à Câmara Municipal de Leiria, por volta de 1851, para a sua demolição. A autarquia acabou por instalar nele a cadeia municipal, em 1866.

Já no século XX o edifício sofre uma grande transformação. Em 1919 é adquirido pela Companhia Leiriense de Moagem que o adapta a unidade fabril segundo o projecto de Ernesto korrodi. A moagem manter-se-á em laboração até finais do século XX.

Hoje, em pleno século XXI o edifício prepara-se, uma vez mais, para adaptar-se a uma nova realidade.

Conscientes da longa e importante história deste edifício, desde cedo foram realizados trabalhos de investigação arqueológica, que iniciando em 2001, com sondagens prévias e estudos de análise do edificado, se têm prolongado e vindo a intensificar nesta última fase de execução do projecto, nomeadamente com a escavação em área da zona Norte do edifício onde se localizavam as antigas oficinas e zona das máquinas.

 Para além dos trabalhos de recolha histórica e arqueológica a obra conta também com a colaboração de uma equipa de conservação e restauro que se encontra a trabalhar a preservação dos rebocos e dos elementos pintados relacionados com a ocupação conventual do espaço.

O longo e minucioso trabalho de arqueologia que tem vindo a ser executado permitiu identificar e recolher um conjunto significativo de informações relacionadas com o antigo Convento de S. Francisco.

  

 A proximidade das cotas de obra necessárias à execução do projeto e a conclusão da escavação do pátio Norte do edifício darão início a uma nova fase de trabalhos arqueológicos. O estudo e analise de todo os espólio recolhido e a elaboração dos relatórios técnicos será o próximo passo no caminho para o melhor entendimento do edifício.

Tendo em mente a importância do Edifício da Companhia Leiriense de Moagem para os Leirienses e para a história da cidade, os elementos histórico-arqueológicos resultantes da intervenção arqueológica serão oportunamente divulgados em publicações e exposições itinerantes e/ou fixas, no futuro espaço a edificar e em outros de cariz público.

Esta rica e complexa história que tem vindo a ser detalhadamente investigada e documentada e as conclusões do estudo arqueológico certamente ajudarão para um melhor conhecimento do Convento de S. Francisco, da história da cidade de Leiria e das suas instituições.